sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

X-MAS


Escolher uma época do ano para sermos decentes com os outros é obsceno. Pois assim, podemos ser desprezíveis o resto do ano!

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Sweet Dreams ( are made of this)

Calafrio da culpa - fantasia louca - sorriso atrevido - medo trêmulo - suicída - cérebro abalado - coisas mortas penduradas sobre o corpo - raiva obtusa e insensata - câimbra - ar de vulgaridade - sensação de náusea - mágoas físseas - onda de excitação -
branda censura - olhos inquietos - olhe e escute - atiçada pelo proibido - sensibilidade alienada - pesadelos dilacerantes - medo confuso - prazer e sedução - grito insensato - selvagens ondas de dor - sensação irreal - horror pela virtude - amor pelo vício - libertinagem inocente - lábios lívidos - "bondade divina" - santo horror - perspectiva luxuriosa - luxúria e despudor - prazeres libidinosos - devaneio profundo - cega submissão - sérias reflexões - monges vadios - religiosas inúteis - prelúdios amorosos - palavra vazia de sentido - perdas libidinosas - suas cores encantadoras - olhos penetrantes - agitação voluptuosa - risos imoderados - pecado antifísico - raciocínio lastimável - vende-se o supérfuo - brilho ameaçador - olhos escuros e rasgados - rosto melancólico e descarmado - braço preguiçoso - últimas palavras perdidas - paródia amarga - infinita presença - mãos delicadas e pálidas - começo da tragédia - rigidez dos mortos - ar sonolento -  estupor e desespero - olhos de lágrimas ausentes - decrépito coração - pior e sublime - obra sublime - choro desconsolado - silêncio malicioso - cegueira crônica - perfurado por pecados - minúscula e mórbida figura - obscuros pensamentos - descofiada curiosidade - som sufocado - pérfido coração - olhar feroz - demônios e anjos fornicadores - loucura venérea...

... [frenesi veneris]...
... [amor veneris]

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

05.10.2010 - O que o corpo diz sobre nós? [QUEM SOMOS?]

O corpo grita, agita, chora, ri sente e se emociona. É uma maneira não verbal e misteriosa de comunicação. Não é só por meio de palavras que a gente pode se comunicar. Muitas vezes, nosso corpo dá sinais que dizem muito mais que nossa boca. O corpo mostra o que está latente no ser humano, expressa as nossas ansiedades, desejos  e conquistas de forma natural mesmo que nossas palavras digam o contrário. Os gestos podem significar mais do que você imagina!

O corpo é um espelho que revelador do seu incosciente, é a projeção de sua mente. Ele mostra através de gestos incoscientes, algo que estamos sentido, ou mesmo tentando esconder ou disfarçar, e não queremos falar. São muitos os sinais que o corpo pode dar, revelando todo momento todos os seus sentimentos ou mesmo seus pensamentos.


Um gesto isolado não significa nada!
A linguagem corporal ajuda-nos a entender melhor o nosso semelhante, e nos permite agir de forma mais inteligente, para um melhor relacionamento familiar, profissional, social. Como também fornecem pistas que revelam quem você é, como pensa e vê o mundo, porque pensamento, palavra e ação transformam o destino.

Compreender a linguagem dos gestos é construir no interior de cada um mais segurança, autoconfiança e liberdade para escolher sua conduta, pois o homem torna-se responsável pelos seus atos e suas consequências.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

The Simple Complex


Hoje em dia, todas as pessoas vivem rodeadas pela fé e pelas convicções / Negando-se as possibilidades de conhecimento. A fé e as convicções de trabalho, como uma espécie de estímulo e saídas...
... Para os eventuais problemas ocasionados por eles mesmos.

Dogmas: eu não quero ser sempre passivo de idéias superficiais e desvalorizar as essências...
Convivência e relacionamento: média complexidade! 

Vivendo sob dogmas - sem discutir as regras / Ser sempre passivo... O complexo parece simples!

Necessidades criadas por vocês / Para manter suas comodidades 
Necessidades criadas por vocês / Para manter o medo da sua realidade!

Suas [necessidades primordiais] ou o seu medo da vida?/ Para mudar os seus pensamentos é viver uma vida nova... Por uma vida duradoura e crenças como uma [simples lei?] 

É um COMPLEXO SIMPLES! 

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

T.E.A.R.S.


Às vezes, quando olho as coisas, é como se eu não lembrasse como elas são. É como se este mundo, o mundo real, fosse como andar pela neblina. E as pessoas fossem apenas sombras... Sombras na neblina.

As pessoas se esforçam para erguer um paraíso e descobrem que ele é povoado de horrores. Talvez o mundo não seja feito. Talvez nada seja feito!

Ás vezes caminhamos como se tivéssemos levado um tiro em nossas cabeças...
Escrevemos uma canção no vazio como se já estivéssemos mortos e enterrados!

Um homem corajoso uma vez me pediu para responder as perguntas chaves:
"- É pra ser, ou não?"
E eu respondi:
"- Por que pergunta a mim?”.

Vocês escrevem suas preces numa pequena bomba...
Beijam a bomba no rosto e mandam para deus...

Vocês são de plástico, assim como seus cérebros.

[Querido deus, se você estivesse vivo, você sabe que eles o matariam!]

 Vocês são só uma cópia de uma imitação!

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Count to 6 and die

Por que somos chamados de animais? Será que é porque vivemos por instintos? Você vive ou sobrevive?

Eu vejo meu reflexo na janela e ela parece diferente. Tão diferente do que você vê.

Uma promessa quebrada é tão boa quanto uma mentira. O inferno é enorme e o diabo está entre nós.
Se você quiser, venha e arranque isso de mim. Se acha que consegue, você ainda não me conhece. Deixa eu te contar: quando eu disse isso, eu disse pra valer.
O que você fará quando a guerra acabar? O que você fará quando o seu sistema falhar?
Suas palavras para mim são apenas sussurros [suas faces tão obscuras].
Eu tento prestar atenção mas suas palavras simplesmente desaparecem.
Lágrimas e vozes nervosas podem ser ouvidas por de trás da porta...
Luzes de rua desfiguradas...
Uma mente de pirâmide...

Tudo aumenta! Olhos queimam!
O tempo se sente como um passeio na madrugada...
Finalmente espera lá fora...
Chorando em braços perplexos...
Acariciando os seus sorrisos por dentro!
As pessoas não tem valor. A própria vida é apenas uma visão, um sonho. Nada existe. Apenas um espaço vazio e vocês. E vocês são melhores mortos!


*Comentário de hoje:


Religiosidade é um sintoma de crença irracional e esperança infundada.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

FRONTIÈRE - 2009


Sucessor de "Influences" (2005), "Frontière" traz uma banda amadurecida. 

"Esse disco é mais a cara da banda. O primeiro era o resultado do acúmulo de músicas que a gente ia fazendo, sem se preocupar com uma unidade", avalia o guitarrista Lucas Gurgel.

O hiato entre um disco e outro é justificado pelo baixista Felipe Ferreira, que faz sua estreia na banda com este disco: "No metal, o som precisa ser bem trabalhado, digerido, para fazer algo que o diferencie". 

O resultado desta maturação é que a inusitada escolha de produzir em três idiomas (português, inglês e francês) está melhor assentada na música da banda. O som dispensa adereços: é thrash metal feito a base do velho baixo-bateria-guitarra. 

Se destacam a pesadíssima "Abstratas demandas"; "Entr´acte", com solos de guitarra memoráveis";  "Mersault", com sua introdução arrastada e "Irruption" com uma introdução fudida. “ La Frontiere” e “Desir” destaco pelo Thrash pulsante com as pitadas do Death Metal.

Esse é o tipo de cd que se deve ouvir com a família toda junta na sala ou durante um churrasco com os amigos e amigas! 

*Link para download do cd: http://www.4shared.com/file/WqOnhei9/2009_Frontire_-_CLAMUS.html

domingo, 14 de novembro de 2010

Manuela e a Superfície Escondida

Manuela, quando tinha 13 anos e lhe cresceram as mamas, se lhe arredondaram as ancas e começou a sangrar "lá embaixo" uma vez por mês, assustou-se. Ao contrário de muitas das suas amigas, não desejava muito que aquilo acontecesse e tinha medo das consequências. Tudo aquilo lhe tinha sido já apresentado como misterioso, esquisito - coisas que simultaneamente caracterizavam as mulheres como específicas face aos homens, normais, e que ao mesmo tempo tornavam mulheres objeto de excessiva atenção. Já intuía que iria ser sobredefinida por essas características - objeto de espanto e escrutínio, o corpo feminino era objeto de desejo e predação. Aliás, já o era, desde que nascera: sobredefinida como do sexo feminino, antes mesmo de ser Manuela ou outra coisa qualquer. Prestava muita atenção aos seus irmãos e primos machos e achava que eles não tinham preocupações, e que ninguém se preocupava muito com eles. Eram livres de entrar e sair, quando faziam asneiras até lhes achavam piada, diziam asneiras sem serem reprimidos, corriam e jogavam à bola, e ainda tinham a liberdade para falar das moças como se fossem uma espécie de manada disponível para sua caça.

Um dia sem exemplo, os pais deixaram-na sozinha em casa, mas com a incubência de ir ao supermercado fazer as compras. Dirigiu-se ao roupeiro do quarto dos irmãos. Por cima das calças que trazia vestida, vestiu uma grande camisola e, por cima desta, colocou um blusão. Mal se viam as mamas. Como tinha o cabelo um pouco comprido, enrolou-o e colocou um gorro por cima. Não trazia maquiagem, pois ainda não lhe era permitido usá-la. Tão pouco tinha as unhas pintadas. Calçou um tênis. Planeou engrossar um pouco a voz. Controlou a ondulação das ancas, enfiou as mãos nos bolsos. Saiu à rua e foi ao supermercado. Pela primeira vez em semanas nenhum operário do prédio em construção à frente de sua casa lhe dirigiu um piropo.
Anos depois, Manuela ri-se a contar esta história. Terminou um curso universitário e tem um emprego decente. Juntou-se com um homem, conseguiuram comprar um casa, e há coisa de um ano teve uma filha. Ela não quer falar de um conjunto de coisas que a deprimem: de como no emprego não consegue subir na hierarquia porque tem conciliá-lo com a vida doméstica do que P.; de como não tem o jeito e o treino para fazer como os seus colegas masculinos, que parecem subir na hierarquia através de almoços e conversas, mais do que o trabalho. Não é dessas coisas que ela quer falar. Quer falar, isso sim, de como continua a achar o seu corpo uma coisa estranha. Ela quer que eu a compreenda: não está a dizer que se sente mal no seu corpo. O que quer dizer é que passou a vida a ouvir dizerem-lhe que seu corpo é algo de "estranho". O seu corpo mesmo e o seu corpo como representação. Teve sempre a sensação de que, quer fosse a mãe, quer os livros que lia, quer os médicos onde ia, quer ainda as revistas femininas, a publicidade, etc., o seu corpo era algo que precisava de ser explicado, que precisava de infinitos cuidados, especialistas, explicações, especulações: da menstruação ao útero, da gravidez às trompas, da cirurgia estética ao peso, do xampu aos pensos higiênicos, da forma de cruzar as pernas à roupa, das horas de saída aos sítios da cidade, tudo, mas tudo, parecia dizer ao mesmo tempo que ela era frágil e hiper-desejada - portanto, uma presa, como nos documentários da vida animal.

Tudo parecia dizer que ela era, antes de tudo o mais e mais que tudo - corpo. Ao mesmo tempo tudo parecia dizer que ela era menos: menos inteligente, menos forte, menos capaz de. Estúpida, portanto inferior. Emotiva, portanto inferior. Potencialmente histérica, isto é, dominada pelo útero. Como um preto, até certo ponto. Mas mais como uma preta. Também lhe diziam, de uma forma ou outra, que era perigosa, tentadora, que tinha poderes ocultos, que era a perdição de toda a gente e mais alguma. Frágil, infantil, estúpida, débil, mas perigosa, manhosa. Como um preto, pois. E sempre a precisa de ser explicada - por quem? Pelos homens, claro, que não tinham qualquer necessida ou vontade de se explicarem a si próprios.

Aos poucos foi pensando sobre o assunto. Não demorou muito a perceber que até há pouco tempo havia profissões que lhe estavam vedadas. Que não teria podido votar ou ter propriedade. Que anos atrás o marido teria uma autoridade total sobre ela. Que não poderia ter-se divorciado se as coisas ocorressem mal. Que teria sido uma parideira em série, sem contracepção. Um rol de horrores.  E tudo isso porquê? Certamente que não pelas mínimas diferenças do aspecto exterior em comparação com os homens - tão pequenas que se fossem grandes não era preciso serem tão constantemente exageradas, treinadas, ensinadas e vigiadas. Mas talvez por outros indícios da superfício do seu corpo, mais localizados e escondidos: os sinais diácriticos do seu corpo em relação ao corpo de um homem. Da categoria homem (ainda por cima confudida com a de Homem), a que se opõe a categoria a que pertence, mulher. Na sua vagina, prega escondida por oposição ao falo hasteado, a metáfora do seu "mistério". Para lá dela, lá no interior do seu corpo, o útero, caverna misteriosa. Onde acontece o quê? Bem, onde podem crescer os bebês - os bebês que lhe disseram ser seu destino natural desejar e ter; os bebês que até há bem pouco tempo eram do homem que fertilizasse os ovos no seu interior.

(Miguel Vale de Almeida - 2004)





Essa é uma das histórias do texto O Manifesto do Corpo de Miguel Vale de Almeida.

O texto todo foi escrito de forma displicente , sem nenhuma intenção de criticar e  discriminar. Para o autor,  certo e/ou errado é irrelevante. 

*Comentário de hoje:

Sina dos jovens: CORPINHO ESCULPIDO e CABECINHA DEFORMADA!